Graduado em Desenho Industrial / Comunicação Visual pela PUC-Rio em 2003. Mestre e Doutor em Design pela mesma instituição.
Professor da Escola Superior de Desenho Industrial Esdi/UERJ da graduação e pós-graduação.
Exercício em duas etapas para ser feito com a dupla de projeto.
Etapa 1: A partir dos estudos realizados definir uma proposta de Grid, considerando as margens, mancha de texto, numeração de página, títulos e figuras.
Etapa 2: Buscar elementos visuais do projeto que traduzam a identidade visual do relatório. Definir paleta decores, tipografia (título, corpo de texto), elementos gráficos.
Etapa 3: Com o grid definido, diagramar novamente 3 ou mais páginas diferentes seguindo a lógica estabelecida no grid:
Uma página em que predomine o texto
Uma página em que se conjugue texto e imagem
Uma página em que predominem apenas imagens
Elementos para a entrega:
Desenho do grid (margens, manchas e, caso haja, colunas).
03 páginas diagramadas adequadas ao grid que evidenciem as escolhas gráficas.
Em diagramação algumas práticas são comuns, gerando algumas recomendações para quem vai lidar com o texto. Uma delas é a de evitar viúvas e orfãs. Mas o que é isso?
Segundo Robert Bringhurst, em Elementos do Estilo Tipográfico, p.52:
Orfãs
Linhas isoladas de um parágrafo que principía na última linha de uma página são chamadas de orfãs. Elas não têm passado, mas têm futuro.
Viúvas
Já as réstias dos parágrafos que terminam na primeira linha de uma página são chamadas de viúvas. Elas têm passado, mas não têm futuro.
Além disso, o tradutor faz uma nota ressaltando que no Brasil também há outro conceito de viúvas:
No meio editorial brasileiro, o termo viúva também é usado para indicar a palavra que sobra sozinha na última linha de um parágrafo.
Evitar viúvas e orfãs é uma maneira de manter uma composição equilibrada e a fluência da leitura de um texto. Portanto, fica a dica!
BRINGHURST, Robert. Elementos do estilo tipográfico (versão 3.0)[Trad. André Storlaski] , São Paulo: Cosac Naify, 2005.
Um grid consiste num conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como guias para a distribuição dos elementos num formato. Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que seja. Cada parte desempenha uma função específica; as partes podem ser combinadas segundo a necessidade, ou omitidas da estrutura geral a critério do designer, conforme elas atendam ou não às exigências informativas do conteúdo.
Construindo uma estrutura adequada
O projeto de um grid depende de duas fases de desenvolvimento. Primeiro, o designer tenta avaliar as características informativas e as exigências de produção do material. Essa fase é de extrema importância; o grid, depois de pronto, é um sistema fechado, e ao construí-lo o designer precisa atender às especificidades do conteúdo, por exemplo os múltiplos tipos de informação, a natureza das imagens e a quantidade delas. Além disso, o designer deve prever eventuais problemas que podem surgir ao diagramar o conteúdo dentro do grid, como títulos compridos demais, cortes de imagens ou espaços vazios em alguma seção por falta de material.
A segunda fase consiste em dispor o conteúdo de acordo com as diretrizes dadas pelo grid. É importante entender que o grid, mesmo sendo um guia precso nunca pode prevalecer sobre a informação. Sua tarefa é oferecer uma unidade geral sem destruir a vitalidade da composição. Geralmente, a variedade de soluções para a diagramação de uma página com um certo grid é inesgotável, mas mesmo assim, às vezes é melhor transgredir o grid. O designer não pode ter medo de seu grid, e deve testá-lo até o limite. Um grid realmente bom cria infinitas oportunidades de exploração.
Cada problema de design é diferente e requer uma estrutura de grid que trate de suas especificidades. Existem vários tipos básicos de grid, e cada qual se destina, em princípio a resolver determinados tipos de problemas. O primeiro passo é avaliar qual tipo de estrutura será capaz de atender às necessidades específicas do projeto.
Timothy Samara, Grid: Construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify,2007 p.24
Um “specimen” é justamente uma amostra, uma composição de textos para evidenciar as características da família tipográfica, sua versatilidade e como funciona com determinadas palavras, números e outros caracteres. Normalmente esse “espécime” se é um impresso, como vimos no caso da fonte Cícero, desenhada por Pedro Palmier como trabalho de formatura.
O caso aqui é uma homenagem animada à fonte Futura, desenhada por Paul Renner. A animação foi muito bem feita, conciliando o ritmo, som e informações de maneira a evidenciar as características da fonte. Vale a pena conferir!
As unidades tipográficas, diferentemente de outras medidas, não costumam empregar o sistema métrico. Portanto, quando tratamos de tipografia costumamos a nos referir a pontos (pt), paicas (p), cíceros etc.
Em tipografia existem duas medidas de ponto mais conhecidas: o ponto paica (em inglês pica), empregado na Inglaterra e nos países de língua inglesa, e o ponto Didot, empregado na Europa continental.
O ponto, em ambos os casos, é o resultado da divisão da unidade em 12 partes.Há uma pequena diferença de tamanhos, sendo a paica um pouco menor que o cícero. Sendo assim:
1 paica (4,22 mm) = 12 pontos (sistema britânico)
1 cícero (4,52 mm)= 12 pontos (sistema Didot)
Vale ressaltar que estas medidas foram empregadas principalmente no sistema de impressão tipográfica e diz respeito aos tipos analógicos. Os tipos digitais, por sua vez, adotam a medida em paicas, mas fazem uma adaptação em relação à unidade. Neste caso, adotam o sistema de medidas inglês e tomam a polegada como referência. Neste caso uma paica equivale a 1/6 de polegada (4,233 mm) e o ponto 1/12 de paica.
Um sumário é o local onde estão listados as demais partes (capítulos, seções, listas, índices, anexos) de uma publicação.
Ao contrário de um índice, que é remissivo, ou seja, aparece no fim de uma publicação e tende a agrupar os temas por assunto (índice de autores, índice de palavras-chave, etc.) o sumário costuma listar apenas a estrutura da publicação. Por esse motivo é fundamental que em sua listagem apareçam as diferentes páginas em que as partes se encontram.
Exercício:
Utilizando apenas uma família tipográfica (escolham tipos legíveis apropriados para texto), experimentar três possibilidades diferentes de hierarquização da informação do sumário do relatório (ver conteúdo abaixo). Algumas possibilidades são: variação de peso, corpo, largura, posicionamento, espaçamento.
ENTREGAR IMPRESSO!
O conteúdo do sumário será o seguinte:
Introdução; Contextualização; Objetivo do projeto; Experimentos; Partido adotado – conceito; Desenvolvimento; Construção; Desenho do protótipo; Experimentações; Conclusão; Referencias bibliográficas;
OBS. para cada item, deve haver uma numeração de página respectiva (nesse caso será inventada).
Dúvidas deverão ser postadas e respondidas apenas no blog.
Objetivo do exercício: familiarizar-se com o conceito de hierarquização visual e as estratégias possíveis de diferenciação dos níveis do texto.
Na primeira página, tratamos de observar a relação entre as características formais das letras A. Foram observadas as variações de espessura, o formato do ápice da letra, o tipo de serifa e a maneira como a serifa se conecta à haste e montante.
Na segunda página, tratamos de deduzir as letras que faltam a partir das características gerais do alfabeto. A solução deveria contemplar as características gerais dos tipos (serifas, formato de hastes, proporções etc.). O importante não é apenas acertar o desenho, como também manter a unidade com as demais letras.
O objetivo do exercício é passar a conhecer os pequenos elementos e detalhes que diferenciam as diferentes famílias tipográficas. Na primeira folha uma variação clara entre os tipos serifados com características bem diferenciadas. Na segunda folha, famílias serifadas e sem serifas bastante conhecidas e com características também marcantes.
Em breve postarei a correção da segunda folha para referência.
Tá querendo uma fonte legal para aquele projeto, mas sente culpa por utilizar fontes piratas? Seus problemas acabaram! O site Lost Type Co-op oferece uma alternativa para aqueles que não tem a grana que as type foundrys* tradicionais costumam cobrar.
As fontes podem ser baixadas de graça, caso a sua contribuição seja de $0. Mas por uma iniciativa tão bacana, vale a pena remunerar os designers que investiram na ideia. Além disso é reconhecer o trabalho dos caras, ainda que pagando um valor muito abaixo do mercado.
Ia gastar com aquele app de celular? Ia comprar uma música no iTunes? Ia assitir um filme ou tomar aquele choppinho a mais? Dá pra economizar e pagar por um trabalho que você acha que merece. Afinal, você que usa fonte hoje, poderia estar desenhando e comercializando elas amanhã. Já pensou nisso?
* type foundry é o termo empregado para as empresas que produzem e comercializam fontes. Na época dos tipos em metal eram fundidoras, passaram a produção das fontes fotográficas e atuam hoje com as fontes digitais. Algumas fondrys famosas são a Monotype, Emigre, Font Bureau, Font Font entre outras.
Alo galera. O designer e professor Fabio Lopez (Flickr) mandou uma excelente dica no Twitter dele (@flopezdesign – altamente recomendado para interessados em tipografia).
É um material desenvolvido na UNIRIO pela professora Laura Klemz Guerrero sobre a história da tipografia, dentro da disciplina de História dos Livros e das Bibliotecas I (link para o blog).
O material é bem rico e fartamente ilustrado, além de trazer referências importantes na área e discutir os aspectos técnicos, históricos e sociais da tipografia. CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O PDF.
Confesso que não li o material na íntegra, mas num passar de olhos já deu pra perceber a abrangência do material (um pdf com 142 páginas). A professora fala dos tipos móveis, de Gutenberg e a primeira bíblia impressa, passa pelo processo de produção de tipos fundidos e muito mais. Vale a pena para quem quiser ir mais a fundo.
Abaixo algumas amostras dos slides, clique nelas para baixar o pdf:
O designer Johnson Banks, de Londres, criou um alfabeto tridimensional como forma de testar uma ferramenta de prototipagem de seus clientes. O alfabeto usa como referências tipos consagrados como Bodoni, Courier, Helvetica, Gill Sans entre outros, arranjados de uma forma inusitada explorando a tridimensionalidade.
No projeto, batizado de Arkitypo, cada letra é dedicada a uma família tipográfica e emprega uma técnica diferente: sobreposição, rotação, escalonamento etc. O resultado é bastante interessante.
Abaixo algumas imagens:
O projeto vale a pena ser conferido. Além das imagens fantásticas, há uma breve descrição de cada letra e sobre a família tipográfica. Portanto, uma forma diferente de se informar sobre a história da tipografia.
Quem quiser saber mais, visite o site do designer clicando aqui.
Um excelente vídeo explicando os elementos com que os designers trabalham.
Pena que é inglês, mas quem não compreende o idioma pode tentar acompanhar a linguagem visual.
O conteúdo de quase tudo que é apresentado pode ser aprofundado no livro da Ellen Lupton: Novos fundamentos do design, que se encontra listado na seção de referências deste blog.
Alguém já pensou em fazer uma fonte de banana? Já, a designer americana Jennifer Stucker fez a fonte Jonana, desenhada com cascas de banana (confira essa e outras no site playground).
Mas além de experimentar, desenhar uam fonte a partir da banana é um trabalho no mínimo curioso. Vejam abaixo o vídeo do processo de Yomar Augusto criando a fonte para a Chiquita Banana!